Várias foram as figuras de destaque na vida algarvia durante as décadas 20 e 30 do século transato, que acompanharam a iniciativa do Professor António Mendes Madeira ao ter a fraterna ideia da constituição da «Mutualidade dos Funcionários Públicos», criada por Alvará de 10 de Setembro de 1926 e que viria a dar origem à «Mutualidade Popular – Associação Mutualista», com sede em Faro e uma cobertura geográfica de todo o País. Entre elas surge o conhecido poeta e dramaturgo Dr. Francisco Xavier Cândido Guerreiro, um dos mais famosos poetas nascidos no Algarve e havido pelo crítico literário do «Diário de Notícias», Dr. João Gaspar Simões, como dos «maiores sonetistas portugueses do século XX». Com efeito na primeira Assembleia Geral para eleição dos primeiros corpos gerentes da «Mutualidade Popular» surge o nome de eleito para Vice-Presidente da Mesa daquele órgão associativo do Dr. Cândido Guerreiro, advogado e notário em Loulé e em Faro, a cujas Câmaras Municipais presidiu. Natural de Alte (Loulé), onde nasceu a 3 de Dezembro de 1877, licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra (1907) e faleceu na capital algarvia a 11 de Abril de 1953. Integrou-se, esteticamente, na «Renascença Portuguesa» e foi um poe-ta pós-simbolista, que escreveu dezena e meia de livros, o primeiro dos quais «Rosas Desfolhadas» (1895) e o último, em publicação póstuma «Sonetos e Outros Poemas» (1972). A mais conhecida obra de Cândido Xavier, assinalado nome da poesia portuguesa e mutualista empenhado, é o «Auto das Rosas de Santa Maria», que foi representado no Promontório de Sagres em 1940 a quando das Comemorações Centenárias.
JOÃO LEAL (Vogal do Conselho de Administração)